terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Fim do Tratamento


          E depois de um longo período (6 meses para ser exata), chegou o fim do tratamento. Fiquei um pouco apreensiva com o que viria a enfrentar. Sem remédio nenhum mais, não sabia o que poderia acontecer.
          Logo que comecei, eu confiava que tudo poderia dar certo, que o remédio fosse mesmo fazer efeito e que eu ficaria curada. Juro que acreditei muito nisso. Mas em algum momento, no tratamento ainda, minha médica disse que se a medicação não tivesse o resultado desejado, teria que fazer o transplante de medula. Desde esse momento não parei de acreditar que só iria ficar curada se fizesse o transplante. Mas deixei e acreditei que poderia dar certo. E continuei. Não senti quase nada com os efeitos colaterais. A não ser o ganho de peso e excesso de pêlos no corpo. Tive uma melhora significativa que me fez deixar de transfundir frequentemente e que me deixou mais disposta.
          Mas agora, com o fim do tratamento (quando digo tratamento, me refiro à medicação), como seria? Fiquei pensativa no primeiro dia do término, depois continuei a viver um dia de cada vez novamente.
          Foram meses e meses de calmaria. Não sangrava mais, não apareciam as manchas pelo corpo e tudo o mais...
          Maaas, como nem tudo o que parece é, comecei a sentir os sintomas de novo. As transfusões de plaquetas e sangue diminuíram o período entre uma e outra, sentia cansaço, sono... Enfim, tudo voltava a estaca zero. Literalmente!
          Mesmo assim não fiquei muito abalada, pois já me preparava se, por algum motivo, não desse certo. Ainda me restava a esperança de repetir o tratamento ou fazer o transplante. Mas lembro do desespero de minha mãe ao ouvir isso. Pude ver que tentava, de todas as formas, se manter forte. Lembro que, naquele momento, mamãe começou a chorar incontrolavelmente. Foi preciso minha médica intervir e fazer com que ela continuasse firme. Fiquei mais abalada pelo desespero de minha mãe, do que pela notícia.
          Assim começou o processo de cadastro no REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea). Minha família fez o exame de compatibilidade e esperávamos que alguém fosse meu doador. E descobrimos que nenhum era 100% compatível. Fiquei triste por um momento que logo passou.
          Assim começou a espera por um doador.

          Até a próxima! Beijinho!

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