domingo, 1 de março de 2015

Fases Divertidas do Transplante


        Apesar de ter passado por momentos bem difíceis, tive as fases divertidas. 
      Logo de início, foi ter recebido a pulseira de indentificação e eu dizia que minha fase de criança estava começando. Kkkk.
          Sempre fui tratada muito bem, tanto por médicos e enfermeiros, quanto pelas meninas da limpeza. Percebi que as enfermeiras não forçavam para nos tratar bem, elas gostam do que fazem. Tinham as mais calmas, as mais agitadas e as mais falantes. E, claro, as que mais me apeguei. A Nayara foi meu porto seguro ali, como enfermeira. Acompanhou-nos desde de o início. Mas cada uma dali, tem um pedacinho do meu coração. As Giseles (Baldi e Guimarães). A Gi Balde, me acompanhava todas as tardes. Ainda lembro de todas as conversas, das risadas sem fim, do companheirismo, nas ajudas nos dias frios. Kkkk. A Gi Guimarães era a companhia das noites. Mesmo que não estivesse comigo, ia me ver. Ela tinha um brilho diferente no olhar. Nunca soube identificar o que era. Adorava vê-la rir. Era contagiante ou eu que sou boba para rir. Sei lá. Kkkk. A Glaucia, era aquela enfermeira loucona. Se precisasse de agitação, podia chamá-la. Era barulho na certa! Kkkk. A Celina tinha aquela risada inconfundível. Sempre ouvia as gargalhadas vindo de fora do quarto. Kkkk. A Camila e Amanda, aparentemente mais tranquilas. Lembro do porte elegante que a Camila mostrava, acho que mesmo sem querer. Sempre atenciosa. A Amanda era a menina doce. Sempre observando. Tinha os meninos, Mateus e Oswaldo. Mateus era o meu preferido nas corridas, nos corredores do hospital. Sempre com emoção. Mamãe ficava doida atrás da gente. E foi o primeiro e único que fez eu sentir meu momento "Camila", de Laços de Família. Afinal, nunca tinha raspado a cabeça. Kkkk. E Oswaldo era o rapaz que mesmo sentado, ainda era maior do que eu e sempre me encontrava dormindo. No dia que entrou no quarto e me viu acordada, até estranhou. Kkkk. A Rose era a que sempre nos trazia paz e calma ao coração. Sempre com palavras divinas e reconfortantes a nos dar. A Patricia foi a me presentear com um antibiótico top. Até hoje lembro da cena em que ela descrevia o Zivox. Kkkkk. Da Bete, minha maior lembrança foi a de sempre me olhar e acenar pelo lado de fora do quarto, ou vir medir pressão, essas coisas. Lembro das conversas e tudo. A Tati era tão meiga, mas não passou muito tempo comigo. Falava sobre os preparativos de seu o casamento e o amor por cachorros. A Grazi, conquistamos pelos bilhetinhos trocados. Ela quase não ficava comigo, mas sempre deixava um bilhetinho em minha cama, alertando pra eu ter cuidado com outra enfermeira. O mais engraçado foi quando mandamos um pra ela e não descobriu de quem era. Kkkkk. Só soube porque a Sueli (segunda mãe no TMO) contou. 
          A Sueli, era uma das meninas da limpeza. Tornou-se minha segunda mãe por sempre me chamar de filhinha e bebê. Não abria mão de dizer: "Você sabe, né filhinha? Na hora do almoço pode chamar a mama. Depois pode chamar a sua de novo (olhando pra minha mãe)". Tinha a Silmara também. A Silmara era a moça dos barquinhos de madeira. Lembro mais das meninas da manhã, porque a noite sempre dormia muito.
          Com os médicos era uma bagunça. Como Dr. Vergílio fazia as visitas bem cedo, sempre nos pegava dormindo, de cara amassada... Com Dr. Marcos era mais tranquilo, mas sempre me queixava pra ele por causa de uma tosse que tinha aparecido e eu queria a alta pra respirar ar puro e não de ar condicionado (abusada eu). E com Dr. Mair era uma zorra, ficava me zoando por causa da minha trancinha (com meus últimos fios de cabelo. OBS: foto no post anterior). Sempre tinha algo engraçado pra me fazer rir. Mas quando falava sério, era sério mesmo. E foi ele que me deu a notícia mais maravilhosa que poderia ouvir na véspera de Natal: a medula tinha pegado (termo usado para quando a nova medula começa a funcionar)!
          Tinha os fisioterapeutas que me cansavam. Kkkk. Brincadeira! Sei que iam para que me ajudassem. Mas mesmo assim ficava cansada com os esforços. E a nutricionista, que tentava fazer com que eu comesse, me oferecendo infinitas coisas. Às vezes, acabava pedindo algumas coisas e deixava pra mamãe. Kkkk.
          Também esperava ansiosamente os finais de semana para receber as visitas do Remédicos do Riso. São pessoas abençoadas por Deus e tem o dom nos trazer alegria. Amei todas a visitas.
          Quando estava bem, ligava para todos que podia, família (sentia muita saudade), amigos e os irmãos de coração do Hemoam. Só soltava o telefone quando o cansaço batia, pois já tinha rido muito ao saber das notícias.
          Mas, com certeza, a parte mais legal foi ter recebido uma cartinha do meu doador antes de o transplante começar. Nem sei descrever o que senti. Senti-o tão perto e tão longe. Peço sempre a Deus que Ele abençõe essa pessoa eternamente. E espero que um dia possa conhecê-lo.
          Agora as fotinhas para compartilhar com vocês. Beijinhos!



Enfermeiros

Meninas da Limpeza

Remédicos do Riso

Fisioterapeutas e Nutricionista



 OBS: Perdão não ter citado todas as pessoas que conheci no TMO, mas minha cabeça não está funcionando muito bem. Kkkk. Perdão mesmo.