domingo, 28 de outubro de 2012

Momentos Difíceis

         Bom dia, amores!

         Houve momentos que foram muito mais difíceis, mas nunca perdi a fé, tinha certeza que iria sair daquela.
          Vou contar dois desses momentos, pois ocorreram no mesmo tempo. O primeiro foi no final de janeiro de 2010. Em um lanche, mamãe fez uma salada de frutas para mim. Preparou tudo, lavou bem lavadinho, mas esqueceu de um coisa: descascar a maçã. Comi tudinho. Estava uma delícia, mas algumas horas depois comecei a vomitar e logo em seguida a vomitar sangue. Corri para o HEMOAM. Fiquei internada, porque a casca da maçã tinha ferido meu estômago. Por mais que eu transfundisse plaquetas, não era o suficiente para que eu parasse de sangrar. Mas graças a Deus com todos os cuidados dos médicos consegui sair dessa. Foi nesse tempo que conheci as duas residentes a Dr.ª Giordana e a Dr.ª Rinilza, duas excelentes profissionais.
         Sabíamos que eu não podia perder sangue de forma alguma. E, para acabar de completar, fiquei menstruada. Nossa! Minha plaqueta não segurava de jeito nenhum. Não ficava acima de 20 mil (o normal é de 150 a 400 mil). Tinha que transfundir quase todos os dias. Nesse tempo, comecei a usar fraldas, pois como estava muito fraca, não conseguia ir ao banheiro muitas vezes no dia. E com a menstruação, o absorvente não suportava. Saía muito sangue coagulado. Pedaços grandes. Creio que a sensação era a mesma de quem aborta. Quando isso acontecia ficava muito fraca. O jeito era correr para o HEMOAM e transfundir sangue e plaqueta. Daí comecei a usar anticoncepcionais, tanto injeções quanto comprimidos, simultaneamente. Mesmo assim não resolvia.
         Com isso, comecei a entregar minha vida na mão de Deus, pois sabia que só Ele podia fazer algo. Minha família orava muito por mim e um tio meu (Carlinho) pediu que eu lesse a passagem da mulher com o fluxo de sangue (Marcos 5:25-34)  e pediu que eu imaginasse a cena e fizesse a mesma coisa. E fiz. Mas continuei com o sangramento. E uns dias depois, em uma conversa com minha família, disse que eu ia ficar boa quando pusesse as mãos na batina do padre. Deixo claro, que não é o material que salva e sim a nossa fé, porque tinha muita fé de que se eu fizesse aquilo eu ia ser curada. Acreditando na misericórdia divina. Porém, não pude ir à igreja, tive que me internar novamente.
          Havia me dado febre (esse foi o segundo momento). Essa era uma das recomendações médicas. Nesse tempo era atendida pela Dr.ª Uildéia Galvão (amo de paixão, pois foi ela que me deu todas as recomendações, principalmente em relação à alimentação). E sempre dizia que, se havia febre algo estava errado e precisava de antibiótico. Logo descobri que era por causa da gengivite. Foi tão forte que alguns pedaços da minha gengiva apodreceram e caíram . Quem me acompanhava nessas urgências era minha mãe. Quando estava melhor aí sim ela ia para casa para que pudesse descansar e outra pessoa ficava comigo. Geralmente eram tia, primas e irmã. E em um desses dias que minha mãe estava em casa, era no domingo. Neste dia ela foi à igreja e, pensando em mim, tocou na batina do padre. Quando ela chegou em casa, ligou para saber como eu estava. E disse a ela que estava melhor e o sangramento estava parando. Foi aí que ela me contou o que havia feito. Sei que desde esse dia não sangrei mais. Agradeço a Deus por isso.
          Um tempo depois fui para casa. E já haviam me avisado que logo iria começar a me preparar para fazer o tratamento com imunossupressores. Internei-me dias depois de meu aniversário (23/03/2010). Estava magra! Deixa eu mostrar para vocês:



     Então é isso. Quando der conto mais.
     Beijinhos!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Agora vai!


        Boa noite, amores! Agora sim estou com meu note novamente. Agora vou poder postar mais.

          Então... Eu era assim antes da Aplasia:




       Nossa vida é uma caixinha de surpresas. Estava tão bem. Lembro que em outubro, de 2009, fui para o casamento da tia Iraíde (segunda mãe). Aproveitei bastante a viagem. Só sei que quando voltei foi quando tudo começou. Percebia que estava emagrecendo e meio cansada, mas nem liguei. No início de dezembro, cozinhava porque tinha que cozinhar. Mas era assim... Botava as coisas no fogo e ia me deitar um pouquinho. Passava a manhã assim. Recordo também que dormia muito (características da Anemia). Às vezes, estava sentada, ou deitada mesmo, e me dava uma tontura tão grande.
          Em 15 de dezembro foi quando começou as dores de ouvido e de garganta. Fui ao Pronto-Socorro e disseram que era virose. Achei estranho porque não fizeram exame nenhum, mas fui pra casa. Alguns dias depois, ainda lembro como se fosse hoje, apareceram umas manchas roxas em minha perna e mostrei para mamãe, ela ainda disse assim: "Minha filha, já pensou se for como o caso da Camila? (Laços de Família)" Eu disse que não era e deixei pra lá!
        Com uma semana depois, minha família e eu estávamos nos preparando para viajar. No dia da viagem estava muito mal, com frio, enjoada, tonta... Mas fomos assim mesmo. Na estrada comecei a me sentir mais mal. A cabeça doendo, febre, dor no corpo, gengiva sangrando... Sufoco! Chegamos em Boa Vista. Estava com o corpo cheio de pintinhas vermelhas. Tomei um banho e fui fazer umas lembranças de natal. Mas estava cansada demais. Todos estranharam porque só ia dormir depois que a bagunça acabava. 
       Na manhã seguinte, fui escovar os dentes e tinha algo em minha garganta. Quando saiu, vi que era um coágulo de sangue. Fui ao Hospital e fiz exames. Com os resultados desconfiaram de dengue hemorrágica. A máquina não conseguia nem ler minha plaqueta de tão baixa que estava. Com isso, já fiquei internada. Estava muito fraca, com dificuldade para respirar. Comecei a usar o oxigênio. Estava na enfermaria, quando, por obra de Deus, o médico de plantão aparece pra olhar os pacientes e não sabia que eu estava lá. Daí começou a indagar tudo. Foi aí que tudo começou a andar. Pois, depois de muitos contatos da minha família com os médicos, descobriram que meu caso era para ser tratado no setor Oncológico.
         Passei para o setor de Oncologia, foi quando a Dr.ª nos disse que poderia ser Leucemia ou Aplasia. Passei alguns dias ruim pra comer, não conseguia dormir, minha família preocupada. Luta, viu? Com o Mielograma, a Leucemia foi descartada. Mas não conseguiram verificar se era Aplasia. Daí me transferiram para Manaus. Acabou o natal de todos naquele ano. Em janeiro fiz novos exames e a Aplasia foi confirmada no Hemoam.
          Desde aí, comecei meu tratamento. Mas até há pouco tempo minha mãe se sentia culpada por ter insistido em viajar, mas sempre dizia a ela que tinha sido até melhor, porque descobriram logo. E graças a Deus, com tudo isso, está dando tudo certo.

          Depois da doença, no início do tratamento, estava assim:



          Mais tarde conto mais!
          Beijinhos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Bom dia, amores!

  
          Como são as coisas... Logo agora em que estava empolgada para começar a postar como foi que aconteceu tudo há 3 anos, o carregador do meu notebook queimou. Mas o problema não foi esse, foi que queria usar imagens para postar e todas as minhas fotos estão nele. Mas mesmo assim vou estar por aqui... (Minha mana emprestou o note dela! Hihihi! Obrigadinha, mana!)
          Então... Ontem estava conversando com uma amiga nossa, a Nete. É ótimo receber visitas porque, como não posso sair muito ainda, isso nos distrai um pouco. Ela passou um bom tempo aqui e em algum momento perguntei sobre outra amiga nossa, a Jane. Esta descobriu há poucos meses que tem Leucemia. As coisas pra elas são meio complicadas, ainda mais porque tem uma criança que nem chegou a amamentar. Mas sei que Deus está no controle de tudo. E vai dar a foça que ela necessita nesse momento. Mas mesmo com todas as dificuldades ela está bem. Claro, sente as reações das quimioterapias e tudo, mas graças a Deus está conseguindo.
          Muita gente se pergunta: "Por que isso está acontecendo comigo?". Acreditam se eu disser que nunca me perguntei isso? Difícil, não é? Mas assim... Acho que desde que eu nasci e pelo modo como fui criada, sempre acreditei que se eu nasci assim (deficiente) foi por algum motivo, porque Deus me permitiu isso. Talvez para que eu viesse e fizesse a diferença. Assim como acredito que qualquer ser humano pode vir a fazer isso também. Seja com mais obstáculos e sofrimento ou não. Se bem que, o sofrimento vai depender das pessoas, do modo como encaram a vida. Deus reserva uma missão para cada um. Demoramos a descobrir qual é, mas sem querer acabamos descobrindo. Com isso, deixo uma passagem aqui:
          "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos" (Isaías 61:1)
          Então, se você acha que as coisas estão um pouco difícies, dobre seus joelhos ao pé da cama e ore, peça a força e a proteção Divina para que consiga enfrentar todas as lutas travadas diariamente. Pois ele nunca lhe dará uma cruz mais pesada do que você possa carregar. E não esqueça de agradecer, a todo momento, a vida que Deus lhe deu e que está dando a oportunidade de ser renovada a cada dia.
          Beijinhos!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pouquinho de mim!

      Olá, pessoal!






     Bem... Ainda não estou muito familiarizada com meu blog. Mas aos poucos irei me acostumando e postando coisas legais para vocês!

     De início vou contar um pouquinho da minha história pra vocês...
     Sou filha de Selmo e Ireide (hoje está completando 4 meses que minha mãe foi para junto do Pai). Sou a filha mais velha de 4 filhos. Meus irmãos são: Leulilian, Luana e Luan. Moro em Manaus - AM.

     
Desde meu nascimento venho enfrentando obstáculos. Nasci deficiente física. Tenho Paralisia Cerebral. Já fiz 8 cirurgias e fisioterapia por muitos anos. Minha primeira cirurgia foi para abrir as pernas, pois eram cruzadas. Com os cuidados e ajuda da minha família, que é meu porto-seguro, consigo enfrentar as situações do dia-a-dia com mais naturalidade, apesar das limitações. Em casa consigo me locomover sozinha. Agora quando tenho que sair, ando acompanhada, segurando no braço de alguém.


     O primeiro obstáculo que eu já entendia que iria enfrentar era frequentar a escola. Foi difícil me matricular, porque a maioria das escolas não tinham acessibilidade para P.N.E (Portadores de Necessidades Especiais). Até que meus pais conseguiram uma vaga em uma escola próxima de casa, mas com a condição que fossem me ver nos intervalos, para saber se eu necessitava de algo.
     Estava no ensino fundamental quando fiz minha segunda cirurgia. Tive que parar os estudos, mas como os professores se importavam comigo, fazia tarefas e provas em casa e assim não perdi o ano. Enfim... Comecei e terminei meus estudo nessa escola.

      Durante o ensino médio fiz processo seletivos e a acabei ganhando uma bolsa integral em Tecnologia em Gestão Pública pelo ProUni. Como minha mãe estava querendo mudar pra Boa Vista (RR), acabei me matriculando na mesma faculdade em que minha tia (segunda mãe) cursava Letras. Mas minha família não foi mais e continuei mesmo assim.

     Nesse período meus pais se separaram. Minha mãe saiu de casa com meus irmãos. Mas com um problema que minha irmã mais nova teve, resolveram voltar.
     Em 2008, terminei meu curso. Voltei para casa e minha família. Estava começando a enviar meu curriculum, mas ao final de 2009 descobri que estava doente. Tinha uma disfunção no sangue.
     Começou com uma simples dor na garganta e ouvido, ainda fui ao Pronto-Socorro e disseram que era virose. Ok! Como íamos viajar para as festividades de fim de ano, fomos assim mesmo. Mas estava muito mal. No início de viagem comecei a sangrar pela gengiva e me deu febre. Continuamos viagem. Ao chegar em Boa vista fui descansar. No dia seguinte acordei para escovar os dentes e saiu um coágulo de sangue da garanta. Fui ao HGR (Hospital Geral de Roraima) fiz exames e me internaram. Estava muito fraca.
     Depois de exames, descartaram a Leucemia. Mas como não teve como fazer exames mais específicos, transferiram-me para Manaus (AM). No dia 4 de janeiro fui a uma consulta no HEMOAM (Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas). Depois dos exames que faltavam, descobrimos que era Anemia Aplástica Severa.
     Com isso comecei meu tratamento imediatamente. Como tinha a imunidade baixa, todo o cuidado era pouco. Ainda fiz uma quimioterapia, mas não obtive sucesso. A solução seria um Transplante de Medula Óssea. Fiquei meio abalada quando descobri que ninguém da minha família era compatível comigo. Desde aí entreguei minha vida nas mãos de Deus. Sempre acreditei que Ele tem um próposito para cada um de nós.

      Esperei por 2 anos, meu doador aparecer e agradeço a Deus por isso. Seja quem for a pessoa que doou para mim, que Deus derrame muitas bençãos. Fiz meu transplante em 9 de dezembro ano passado no HAC (Hospital Amaral Carvalho - SP). Quem me acompanhou nesse processo foi minha mãe. Mas Deus a quis bem pertinho Dele e a levou quando eu estava com 5 meses. Faleceu por causa do câncer também, no rim.

      Estou com 9 meses agora. Voltei a ser criança. Virei um bebê, literalmente. Ainda sinto algumas coisas quando se toma muitos remédios. Mas... Se é para o bem, faço o possível e o impossível.

     Por isso, agradeço a todos os médicos, enfermeiros, família e amigos que me ajudaram e continuam me ajudando nesta luta!
      Obrigada!
      Boa noite!

      Beijinho!