sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Floquinho - Filhote


          Sempre criamos animais. Na maioria, cães e gatos. E quando criamos, nos apegamos demais a esses bichinhos que só nos trazem alegrias.
          Em maio de 2009, papai tinha saído e me ligou perguntando se eu queria um cachorro, era um poodle. Nem pensei, na hora disse que sim. Fiquei muito feliz com a notícia. Até que papai, enfim, chegou em casa. Ele estava com poucos dias de vida. Não tinha nem desmamado. Como não tínhamos nada em casa para ele, demos leite em uma colher. Depois compramos uma mamadeira e assim ele foi crescendo. Lembro que na época, papai disse que ele não cresceria muito, porque os pais dele eram pequenos. Ele era tão fofo! Recebeu o nome de Floquinho por ser bem branquinho. Cabia na palma da mão! A coisa mais linda!


         
        Como estavam suspeitando que eu estivesse com Aplasia, a médica que começou a me acompanhar, disse que se eu tivesse algum bichinho de estimação, era pra nós darmos. Quis morrer quando ouvi isso. A solução que encontramos foi ensinar o Floquinho a ficar fora de casa. Como eu não saía mais do quarto mesmo, às vezes, ele fugia e ia pra cozinha. Kkkkk! Mas não entrava no quarto de jeito nenhum. Acho que ele entendia que não podia.
          Era engraçado o que ele fazia de vez em quando. Quando a porta do quarto estava aberta e minha mãe estava comigo, ele aproveitava pra querer entrar. Kkkkkkk. Quando percebíamos, lá estava ele, passando e nos olhando de canto de olho. Como se dissesse: "Eu vou passar sem elas me verem." Mamãe olhava pra ele e dizia: "Eu tô te vendo, Floquinho!". Ele voltava na mesma pisada! Kkkkkk! Era muito engraçado. 
          Nem podia brincar com ele. Dava vontade de pegar no colo, apesar de ele ter crescido bastante. Mesmo assim tinha queria apertar, malinar...
          Quando soube que ia mesmo fazer o transplante, acho que ele sentiu. Ele ficou muito diferente. Ficava arranhando a porta do quarto, para abrirmos pra ele. Queria entrar. E se a porta estivesse só encostada, ele entrava, sentava e ficava olhando para mamãe e para mim. Como se quisesse dizer alguma coisa.
          Fiz o transplante e voltamos para casa. Mamãe já estava doente. E ele sempre por perto. Mesmo distante, mas perto. Mamãe faleceu em maio de 2012. E em 08/06/2013, perdi meu filhote. Fiquei muito mal nas duas perdas que tivemos. Não queria saber mais de nada, mas me mantive forte. Todos ficaram com medo, porque eu ainda estava me recuperando.
          Ele, com certeza, vai ficar para sempre em meu coração. Passa um filme na cabeça. Lembrar que ele chegou tão pequeno, me fez rir muito, a forma como olhava... Tudo! Amor que nunca acaba.

 


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